08/03/2024 08h31

MULHERES NA EDUCAÇÃO: reescrevendo a história por meio dos estudos

Aos 43 anos, a interna V. R. E. reencontrou dentro do sistema prisional a oportunidade de retomar os estudos e dar um novo rumo à própria história.

 

“Estive fora da escola por 22 anos, desde o nascimento do meu primeiro filho, parei no 1º ano do Ensino Médio. Durante todo esse tempo estive em um relacionamento conturbado, o que não permitiu que eu terminasse os estudos. Acabei me envolvendo em vício com drogas e parei aqui”, essa é a história que antecede a entrada de V. R. E. no Centro Prisional Feminino de Cariacica (CPFC), mas ainda está longe de ser um ponto final. Isto porque a interna, hoje aos 43 anos e mãe de três filhos, procura mudar os rumos de sua narrativa por meio dos estudos.

Estudante da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Nelson Mandela, que funciona dentro da unidade feminina, V. R. E. relata que foi no sistema prisional que reencontrou a oportunidade de continuar os estudos para recomeçar a vida e ser quem realmente quer ser e chegar aonde quer. Apesar das dificuldades encontradas depois de algum tempo longe das salas de aula, desistir não é uma opção para a educanda: “No Ensino Médio tem Física e Química, o que torna mais difícil, ainda mais pelo tempo sem estudar. Mas com força de vontade e ajuda dos professores, eu percebi que não é tão difícil, basta querer”, conta V. R. E.

Além da oportunidade de concluir o Ensino Médio, a interna conta que tem também a chance de aprender novas habilidades que vão contribuir para o seu futuro profissional: “aprendi sobre marketing pessoal e empreendedorismo e, como já fui doceira, pretendo retomar minhas atividades e ser uma empreendedora. Quero ser um exemplo para meus filhos e netos”.

Expandindo os horizontes por meio dos estudos, V. R. E. planeja um futuro acadêmico com cursos técnicos e faculdade no currículo. “Para mim, o céu é o limite! Eu estou muito feliz por estar na escola de novo. Quando meu filho vem me visitar, já vem com uma visão formada por filmes e séries sobre a prisão. Quando eu chego perto dele sorrindo, ele se mostra surpreso. Então, eu explico que aqui dentro eu agarro as oportunidades que aparecem. Tenho orgulho de quem estou me tornando”, relata a estudante. 

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) no sistema prisional é resultado da parceria entre as secretarias da Justiça (Sejus) e da Educação (Sedu) do Governo do Estado. Nas 33 unidades prisionais do Espírito Santo, cerca de 3.600 vagas são ofertadas à população carcerária. São 219 turmas, sendo 135 do Ensino Fundamental e 84 do Ensino Médio.

 

Texto: Isadora Wandenkolk

 

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