Estudantes da EJA em Guaçuí realizam projeto sobre identidade, ancestralidade e enfrentamento ao racismo
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O projeto valorizou a escuta ativa e o protagonismo discente, ao permitir que os próprios alunos mediassem debates, compartilhassem suas histórias e apresentassem suas produções.
Alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) do Centro Estadual de Ensino Fundamental e Médio em Tempo Integral (CEEFMTI) Monsenhor Miguel de Sanctis, localizado no município de Guaçuí, participaram do projeto interdisciplinar “Raízes de Resistência: Educação, Identidade e Luta Contra o Racismo”. A atividade foi conduzida pelos professores Lia Fernandes Nunes e Daniel Marcelino de Souza.
A proposta integrou os componentes curriculares por meio de rodas de conversa, produção de redações, confecção de cartazes e atividades de pesquisa. A programação também incluiu a exibição do filme “Homens de Honra”, seguida de debates sobre temas como racismo, superação, direitos humanos e valores éticos.
Durante as rodas de conversa, os estudantes compartilharam vivências pessoais. A aluna Marilene Vital relatou ter sido ignorada e tratada com desconfiança ao tentar realizar uma compra em uma loja: “Aquilo me feriu profundamente, mas hoje entendo que não foi culpa minha. O racismo machuca, mas conhecer nossa história fortalece. Agora eu sei que meu lugar é em qualquer espaço que eu quiser ocupar”. Já a estudante Maria Lúcia Rodrigues contou que foi impedida de visitar uma amiga em um prédio. “Aquilo me fez sentir invisível, indesejada. Mas estudar sobre a cultura afro-brasileira e os direitos dos povos negros me ajudou a entender que o problema está no preconceito, não em mim. Hoje eu tenho orgulho da minha cor e da minha origem”, contou a estudante.
O resultado pedagógico foi positivo. Os estudantes ampliaram o domínio da escrita e demonstraram maturidade crítica ao refletirem sobre desigualdades sociais e históricas. O projeto valorizou a escuta ativa e o protagonismo discente, ao permitir que os próprios alunos mediassem debates, compartilhassem suas histórias e apresentassem suas produções.
A atividade também contribuiu para o fortalecimento da identidade dos estudantes e para a conscientização sobre o enfrentamento ao racismo. A articulação entre teoria e vivência proporcionou uma abordagem significativa dos conteúdos, conectando temas como colonialismo, resistência, políticas públicas e direitos humanos.
A professora de História Lia Fernandes destacou: “Esse projeto foi transformador para nossos alunos. Muitos encontraram na partilha de histórias e no estudo de suas raízes a força para se posicionar com mais orgulho e consciência. Ver o brilho nos olhos de cada estudante ao perceber seu valor e sua história sendo reconhecida foi, sem dúvida, uma das experiências mais especiais da minha trajetória docente”.
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