O Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos (CEEJA) Inloco APAC, localizado em Cachoeiro de Itapemirim, realizou, no dia 3 de novembro, uma atividade de Arte com foco na reflexão sobre identidade, autoestima e pertencimento entre estudantes em privação de liberdade. A ação foi conduzida pelo diretor Isaias Ferreira da Costa e pela pedagoga Rayana Rigo Grillo, integrando princípios da Educação para as Relações Étnico-Raciais (ERER) e da metodologia do Círculo de Cultura, de Paulo Freire.

Inspirado na obra Operários, de Tarsila do Amaral, o projeto propôs que cada aluno utilizasse uma fotografia da metade do próprio rosto e desenhasse a outra metade. A atividade, centrada na expressão pessoal e no autoconhecimento, buscou fortalecer a percepção de cada participante como sujeito único, com história, sentimentos e possibilidades de reconstrução.

Ao longo da prática, os estudantes refletiram sobre suas trajetórias e sobre como suas vivências compõem quem são hoje, ressignificando suas imagens e fortalecendo o senso de pertencimento ao grupo escolar. A proposta transformou o espaço educativo em um ambiente de diálogo, escuta e construção coletiva, aproximando arte e educação em uma perspectiva humanizadora e emancipatória.

O resultado pedagógico foi significativo: os estudantes desenvolveram autoestima, consciência crítica, habilidades de expressão e reflexão sobre si mesmos. A atividade também favoreceu o reconhecimento das diferenças, o respeito à diversidade e o entendimento da arte como instrumento de transformação pessoal e social.

“Esse projeto foi uma iniciativa muito significativa, pois trouxe aos nossos estudantes privados de liberdade a oportunidade de refletirem sobre quem são e quem desejam ser. Acreditamos que ações como essa cumprem um papel essencial dentro do sistema prisional: educar para a liberdade, mesmo em um espaço de restrição. A arte desperta o potencial criativo, fortalece a autoestima e mostra que é possível recomeçar, e é justamente esse o nosso compromisso enquanto instituição educadora”, disse o diretor Isaias Ferreira da Costa, responsável pela ação.

Para um dos estudantes participantes da ação, a atividade proporcionou um momento de descoberta: “Participar desse projeto foi uma experiência diferente de tudo que eu já tinha vivido. Quando peguei a foto da metade do meu rosto e comecei a desenhar a outra parte, foi como se eu estivesse me vendo de um jeito novo. A gente acaba esquecendo quem é, e a arte faz a gente se lembrar. Essa atividade me fez pensar sobre a minha identidade, sobre o que eu quero mostrar para o mundo e sobre o que eu ainda posso ser.”

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