Estudantes de Cachoeiro de Itapemirim exploram a geometria das tranças por meio da etnomatemática

A iniciativa buscou valorizar os conhecimentos ancestrais presentes nas manifestações culturais afro-brasileiras, reconhecendo-os como fontes legítimas de produção de conhecimento.
Buscando promover uma articulação entre saberes tradicionais e conceitos matemáticos, a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Fraternidade e Luz, localizada em Cachoeiro de Itapemirim, desenvolveu o projeto “Etnomatemática: a geometria das tranças”. Coordenada pelas professoras Cláudia Kelli Ventorim, Ana Carolina Ferreira e Girlane Cricco, a iniciativa utiliza a abordagem etnomatemática aplicada no cotidiano e nas práticas das tranças.
A partir da observação, análise e execução de diferentes estilos de tranças, os estudantes foram estimulados a identificar e aplicar noções matemáticas como simetria, geometria, padrões, proporcionalidade e contagem, integrando teoria e prática de forma contextualizada. Como parte da atividade, foi realizada uma aula abordando conteúdos da matemática a partir da lente das questões raciais.
Os alunos puderam compreender conceitos da matemática e história de resistência dos povos afrodescendentes por meio das tranças. A atividade também contou com uma oficina de tranças, conduzida por alunas da própria instituição que atuam como trancistas, evidenciando o protagonismo estudantil.
A iniciativa buscou valorizar os conhecimentos ancestrais presentes nas manifestações culturais afro-brasileiras, reconhecendo-os como fontes legítimas de produção de conhecimento.
“O projeto leva o aluno a uma reflexão sobre como a etnomatemática pode ser um caminho importante no conhecimento da cultura africana e afro-brasileira e também fazer a conexão de conhecimentos matemáticos com a realidade dos nossos alunos”, explicou a professora de Matemática, Cláudia Kelli Ventorim.
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