Estudantes da EJA de Guaçuí participam de visita interdisciplinar ao Palácio Anchieta e à exposição ‘Línguas Africanas que fazem o Brasil’
O Centro Estadual de Ensino Fundamental e Médio em Tempo Integral (CEEFMTI) Monsenhor Miguel de Sanctis, localizado em Guaçuí, realizou no dia 18 de outubro uma atividade interdisciplinar com os alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA). A ação promoveu uma visita ao Palácio Anchieta e à exposição “Línguas Africanas que fazem o Brasil”, em Vitória, reunindo as disciplinas de História, Língua Portuguesa e Cultura Digital em uma proposta de aprendizagem integrada e significativa.
A atividade teve como objetivo proporcionar aos estudantes uma vivência educativa fora do ambiente escolar, ampliando a compreensão sobre a influência das línguas africanas, como o iorubá, o ewe-fon e as línguas banto, na formação cultural e linguística do Brasil. A proposta também buscou incentivar o respeito à diversidade, valorizar as heranças culturais afro-brasileiras e promover o reconhecimento das diferentes origens que compõem o povo brasileiro.
Durante a visita, os alunos exploraram obras, vídeos e instalações artísticas, o que possibilitou uma aprendizagem concreta e sensorial. A experiência despertou curiosidade, reflexão crítica e diálogo entre as disciplinas, demonstrando que o conhecimento se constrói de forma contextualizada e colaborativa.
De acordo com os professores responsáveis, a atividade representou uma oportunidade para aproximar teoria e prática e fortalecer o protagonismo dos estudantes da EJA.
“Foi uma oportunidade única para que nossos alunos percebessem que a História não está apenas nos livros, mas também nas expressões culturais e linguísticas que herdamos dos povos africanos. Ao conhecerem essa herança de perto, eles compreenderam que estudar o passado é também valorizar as vozes que ajudaram a construir o Brasil”, destacou a professora de História Lia Fernandes Nunes.
Na área de Língua Portuguesa, a visita permitiu uma reflexão sobre as origens do idioma e suas transformações ao longo do tempo.
“A visita permitiu que os alunos enxergassem a língua como algo vivo, que carrega histórias, culturas e resistências. Eles puderam perceber que o português que falamos é resultado de muitas vozes, e entre elas estão as vozes africanas, que deixaram marcas profundas em nossa fala, em nossos costumes e em nossa forma de ver o mundo”, observou o professor Daniel Marcelino de Souza.
A professora de Cultura Digital, Maryellen Salgado Monteiro, também ressaltou a importância do uso de recursos tecnológicos e interativos como ferramenta de aproximação entre os alunos e o conhecimento, tornando a experiência mais envolvente e acessível.