Escolas da Rede Estadual de Ensino promovem iniciativas para uma educação antirracista
Promovidos ao longo do ano vigente, as ações foram finalizadas, de forma simbólica, no mês de novembro, mês da consciência negra.
Novembro, mês da consciência negra, foi marcado por ações que fomentaram o pensamento crítico e discussões antirracistas. Para fechar o mês, escolas da Rede Estadual de Ensino finalizaram projetos de conscientização realizados durante todo o ano vigente. Confira algumas das iniciativas:
ESCOLA DA SERRA NOMEIA SALAS DE AULA COM PERSONALIDADES NEGRAS
A Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Professor João Loyola, localizada no município da Serra, implementou uma ação educativa de valorização da herança africana, batizando 15 salas de aula com nomes de personalidades negras de destaque, como Zumbi dos Palmares e Conceição Evaristo. Cada sala conta com QR codes que levam a informações detalhadas sobre essas figuras históricas, promovendo aprendizado interativo e representatividade. A iniciativa foi conduzida pelas pedagogas Leila Sant’Ana Nery e Letícia Ramos Magalhães Nascimento, com apoio da coordenadora pedagógica Janaína Simões.
O projeto gerou um impacto positivo no ambiente escolar, ampliando o engajamento dos alunos no estudo da história afro-brasileira. Segundo Maria Eduarda Silva de Vargas, aluna da 1ª série do Ensino Médio, a proposta trouxe uma “representatividade poderosa” e tornou o aprendizado mais dinâmico. A iniciativa inovadora combina história, cultura e tecnologia, incentivando uma visão crítica e inclusiva da história do Brasil.
GUARAPARI RESGATA HISTÓRIA LOCAL COM FOCO NA RESISTÊNCIA NEGRA
A Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM) Dr. Silva Mello, localizada em Guarapari, promoveu o “Dia D – ERER”, evento voltado para a valorização da história e cultura afro-brasileira na região. Organizado pela professora de História Thiara Bernardo Dutra, a programação incluiu uma palestra sobre a presença africana no município, cineclube discutindo violência policial e justiça racial, desfile da beleza negra e uma roda de capoeira. Durante o evento, a professora de História também lançou seu livro “Autoridades Coloniais e o Controle dos Escravos: Capitania do Espírito Santo (1781-1821)”, que aborda a escravidão no Espírito Santo e apresenta a "República Negra", revoltas de escravizados ocorridas em Guarapari entre 1811 e 1814, tema inédito para muitos alunos.
O evento reuniu alunos da escola anfitriã e da EEEM Zuleima Fortes Faria, proporcionando um debate rico e participativo sobre a história local. Segundo a estudante Rayla Silva, a iniciativa foi essencial para resgatar a verdadeira origem de Guarapari, desconhecida por muitos. "Aprendi sobre os quilombolas de Alto Iguape e como esse conhecimento fortalece seus direitos", destacou. Para a professora Thiara Dutra, o evento não só enriqueceu o entendimento histórico dos alunos, mas também conectou o passado com o presente, ressaltando a importância de discutir resistência, liberdade e inclusão em um contexto atual.
CACHOEIRO REALIZA FÓRUM PARA CONSTRUÇÃO DE ESCOLAS ANTIRRACISTAS
No dia 25 de novembro de 2024, a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Agostinho Agrizzi, a EEEFM Guilherme Milaneze e a EEEFM Presidente Lüebke, todas localizadas no município de Vargem Alta, promoveram o I Fórum Municipal de Diálogos: “Construindo uma Escola Antirracista”, em parceria com a iniciativa APOIE Escola, em Cachoeiro de Itapemirim. O evento reuniu estudantes, educadores, autoridades e a sociedade civil para debater o racismo e propor práticas para uma educação antirracista. Segundo Luísa Bravim, psicóloga da APOIE, a discussão racial é essencial no ambiente escolar para garantir uma educação de qualidade e combater desigualdades históricas.
O Fórum não apenas ampliou o conhecimento histórico e cultural dos alunos, mas também incentivou o protagonismo juvenil ao propor soluções contra a discriminação. Para o estudante Gelco Luiz Sartorio, da Educação de Jovens e Adultos (EJA), a experiência foi transformadora: “Aprendi sobre as dificuldades enfrentadas pelas pessoas negras e a urgência da luta por igualdade. Foi um momento de muito aprendizado”. Com trocas de práticas exitosas e redes de apoio, o evento se consolidou como um passo significativo para a construção de uma sociedade mais igualitária e consciente.
ESTUDANTES CRIAM JOGOS EDUCATIVOS SOBRE A LUTA CONTRA A ESCRAVIDÃO NO BRASIL
Alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental (EEEF) Stellita Ramos, localizada em Cariacica, sob a orientação da professora de História Laila Lua Pissinati, desenvolveram jogos educativos como quebra-cabeças e card games com personagens históricos que lutaram contra a escravidão no Brasil. A iniciativa integrou o Projeto Interdisciplinar “Eu Quero Passar Com Minha Cor” e a “Missão Pedagógica Preta”, da SRE de Cariacica, com o objetivo de promover uma postura antirracista e valorizar as conquistas históricas na luta por igualdade racial.
O projeto permitiu a fixação de conteúdos de forma lúdica e incentivou debates sobre a representatividade negra na sociedade. Segundo a professora Laila Pissinati, a atividade ajudou os alunos a refletirem sobre valores e o impacto de ações históricas em suas vidas. Welington Miguel Rodrigues, estudante do 8º ano do Ensino Fundamental, destacou a eficiência do método: “Foi muito mais fácil entender como as coisas aconteceram na linha do tempo, além de ajudar na fixação do conteúdo.” A experiência despertou interesse em expandir a ideia para outras disciplinas, tornando o aprendizado mais dinâmico e interativo.
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