19/11/2021 10h56

Unidade prisional realiza projeto sobre ‘Consciência Negra’

Evento contou com oficinas e apresentações culturais elaborados pelos alunos da EEEFM Professor Manoel Abreu.

O Centro de Detenção e Ressocialização de Linhares (CDRL) realizou, nesta semana, o “Projeto Consciência Negra”, com os alunos internos da unidade prisional. O evento contou com oficinas e apresentações culturais elaboradas pelos alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Professor Manoel Abreu, que atende à unidade prisional, por meio da Secretaria da Educação (Sedu).

O projeto teve como tema “Educação não tem cor” e buscou resgatar a cultura e os costumes afrocentrados, das raízes históricas que ajudaram e ajudam a constituir a cultura e a formar o município de Linhares. O evento foi desenvolvido pela equipe docente e coordenado pela pedagoga Gilcélia Santos Guimarães.

“Em meio à diversidade de valores e culturas que estamos inseridos, buscamos, neste projeto, repensar as nossas ações diante das atitudes de desrespeito com os afrodescendentes que formam a maioria da população brasileira, sendo historicamente discriminados e desrespeitados em suas raízes e manifestações”, destacou Gilcélia Santos Guimarães.

Durante o projeto, os alunos participaram de oficinas e confecções de artesanatos como máscaras africanas, bonecas africanas de biscuit, bijuterias, porta-retratos, pulseiras de crochê e arte com papelão, organizadas pelas professoras Raquel Lopes dos Santos, Catarina Bittencourt Manzoli, Raquel Ferreira, Elânia Ambrozini, Karen Anne Antunes Cardozo, Vanessa Barcelos Zocatelli e Markelly Adelina de Souza.

“O conhecimento histórico não é imutável e pode ser revisto à medida que o campo científico avança, o que nos leva a refletir constantemente sobre a formação do educando e os saberes culturais que reunimos para realizar este trabalho em sala de aula”, disse o professor de Química Rodrigo Da Vitória Gomes, que fez parte da elaboração do projeto.

Também fez parte do evento, apresentações culturais elaboradas pelos internos, como dança jerusalema, interpretação de personalidades negras, roda de capoeira, teatro puxada de rede, maculelê noturno, timbalada, entre outros. 

“Participamos de todo o processo de elaboração da apresentação, desde a escolha da música, na elaboração da coreografia, até a investigação do contexto em que música foi escrita. Compreender esse processo nos ajudou a ver que o preconceito e o racismo são formas de violência”, ressaltou o aluno Fagner Pereira Reis, que fez parte de uma apresentação de dança.

Para o diretor do Centro de Detenção e Ressocialização de Linhares, Nelson Merçon, a iniciativa contou com total empenho dos internos, que estudaram e refletiram sobre a diversidade étnico-cultural, compreendendo que cada povo tem uma identidade própria. 

“Promover uma educação ética, voltada para o respeito e o convívio harmônico com a diversidade, deve fazer parte de todos os ambientes, inclusive o prisional, um espaço para a transformação do indivíduo. Acreditamos que, por meio da escola, podemos promover o respeito às diferenças de qualquer gênero para a valorização do ser humano e da identidade cultural de todos os povos. Dessa forma, mudanças significativas na prática social podem ser percebidas, efetivando o desenvolvimento da consciência cidadã”, pontuou Nelson Merçon.

 

Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação da Sedu
Mirela Marcarini / Geiza Ardiçon / Soraia Camata

 

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