Nos dias 10, 11 e 12 de novembro, a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), campus de Goiabeiras, Vitória, sediou o I Congresso Capixaba de Cultura Oceânica e Mudanças Climáticas. Inédito no Espírito Santo, o evento reuniu especialistas, educadores, artistas, lideranças indígenas, comunidades tradicionais e representantes da sociedade civil para refletir sobre os desafios e as possibilidades da relação entre a sociedade e os oceanos.

Alinhado à Década da Ciência Oceânica da Unesco, aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas e às discussões da COP 30, o congresso teve como eixo o Desafio 10 da Década do Oceano, que propõe a restauração da relação da sociedade com o oceano. A programação contou com mesas-redondas, debates, diálogos interdisciplinares e apresentações de projetos educativos, posicionando o Espírito Santo como referência em consciência oceânica, educação ambiental e justiça climática.

Durante o evento, escolas da Rede Estadual de Ensino apresentaram projetos desenvolvidos no contexto escolar, voltados à cultura oceânica e às mudanças climáticas. As iniciativas destacaram-se pelo caráter interdisciplinar, pelo engajamento estudantil e pela criatividade, evidenciando o protagonismo dos alunos na construção de práticas educativas comprometidas com a sustentabilidade e a preservação dos oceanos.

A Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM) Irmã Dulce Lopes Ponte, localizada em Viana, apresentou o projeto “Oficina de Cardboard: Morfologia e Sustentabilidade nos Oceanos”, orientado pela professora Vanessa da Penha Gomes Salarolli. A proposta integrou Arte, Biologia e Educação Ambiental por meio da construção de modelos tridimensionais de animais marinhos com papelão reaproveitado, promovendo o estudo da morfologia dos organismos aquáticos e a reflexão sobre sustentabilidade e descarte consciente de resíduos, em consonância com os ODS 4, 12 e 14 e com a Década da Ciência Oceânica da UNESCO (2021–2030).

Também participou do congresso o Centro Estadual de Educação em Ensino Fundamental e Médio em Tempo Integral (CEEFMTI) Prof.ª Maura Abaurre, localizado em Vila Velha, com a apresentação de recursos interativos de Realidade Aumentada (RA) desenvolvidos por estudantes da 1ª série do Curso Técnico em Produção de Áudio e Vídeo. A iniciativa envolveu a criação de conteúdos digitais voltados à temática da cultura oceânica, integrando tecnologia, comunicação e educação ambiental. Os trabalhos foram apresentados durante o congresso e alinham-se aos ODS 4 e 14, promovendo o protagonismo estudantil e o uso pedagógico de ferramentas digitais.

A Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Luiz Manoel Vellozo, localizada em Vila Velha, participou com o Projeto Eco Lab: Conexões Sustentáveis, sob orientação da professora Débora Machado Ferreira. A iniciativa proporcionou experiências interdisciplinares que incluíram a produção de objetos com materiais reciclados, a construção de uma maquete sobre eficiência e transição energética, ações de moda circular envolvendo a comunidade escolar, elaboração de painéis sobre Racismo Ambiental e o desenvolvimento de mídias digitais relacionadas à Cultura Oceânica. As atividades foram registradas em um Passaporte da Sustentabilidade, utilizado individualmente pelos estudantes, no qual cada ação concluída era convertida em pontuação nas disciplinas envolvidas.

Já a Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM) Maria Ortiz, localizada em Vitória, apresentou o projeto “Metodologias Ativas no Ensino da Cultura Oceânica: Feira de Ciências e Seminários como Práticas Transformadoras”, desenvolvido pela professora Ivy Rocha. A proposta integrou a Cultura Oceânica ao currículo da Educação Básica por meio de feiras de ciências e seminários temáticos, promovendo o protagonismo estudantil, a alfabetização científica e a sensibilização ambiental, em alinhamento ao ODS 14 – Vida na Água da Agenda 2030 e à Década da Ciência Oceânica.

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