Gestores e secretários de educação discutem políticas públicas focadas em educação socioemocional
A Secretaria da Educação (Sedu) participou, nessa segunda-feira (02), do workshop “Da Pesquisa à Ação Política”, promovido pelo Instituto Ayrton Senna em parceria com o Instituto de Estudos Avançados da USP Ribeirão Preto. A experiência do Espírito Santo com a aplicação da Autoavaliação Socioemocional para estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental à 3ª série do Ensino Médio foi apresentada no evento, que teve como objetivo discutir políticas públicas voltadas ao desenvolvimento de competências socioemocionais. Representantes do Ministério da Educação (MEC), pesquisadores, representantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), além de secretários de educação de diversos Estados e municípios também participaram do encontro.
Representante da Sedu no evento, o subsecretário de Planejamento e Avaliação Marcelo Lema explicou que Autoavaliação Socioemocional foi construída pela própria Secretaria de Educação e sua aplicação acontece no início do ano letivo, com estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental à 3ª série do Ensino Médio, a partir da Matriz de Competências do Currículo Capixaba e serve de base para o componente curricular de Projeto de Vida construir o planejamento junto à cada turma.
"Realizar um levantamento, a partir de competências socioemocionais, identificando quais são os pilares da Matriz de Competências com necessidade de desenvolvimento, se faz necessário para gerar informações que podem subsidiar os professores no planejamento de intervenções pedagógicas e fomentar ações que favoreçam a construção do Projeto de Vida dos estudantes", afirmou Marcelo Lema.
Para o subsecretário, o evento foi uma oportunidade de colocar em pauta a necessidade de se discutir o tema das competências socioemocionais nas escolas, de formar os professores para atuarem nessa temática e, posteriormente, de mensurar o impacto dessas ações em relação à aprendizagem dos estudantes.
Durante o encontro, foram abordados temas como a integração das competências socioemocionais aos currículos escolares, os desafios de implementação e as oportunidades para expandir práticas bem-sucedidas. "O workshop conecta a pesquisa com a ação política, criando pontes entre as evidências científicas e as decisões estratégicas, fundamentais para fortalecer políticas educacionais", afirmou Beatriz Alquéres, gerente-executiva de Advocacy do Instituto Ayrton Senna, que mediou os debates e fomentou as discussões sobre o tema.
Secretários e gestores da educação de diversos Estados e municípios compartilharam iniciativas de educação socioemocional em seus territórios, promovendo a troca de experiências entre as Redes de Ensino. Ao final do evento, os participantes discutiram possíveis ações a serem levadas adiante para fortalecer a educação socioemocional no Brasil.
Pesquisa revela fatores para o desenvolvimento de competências socioemocionais
O evento teve como objetivo discutir políticas públicas voltadas ao desenvolvimento de competências socioemocionais, com destaque para a divulgação dos resultados da pesquisa internacional SSES (Survey on Social and Emotional Skills), conduzida pela OCDE em parceria com o Instituto. Realizado em territórios em 16 países, no Brasil, o estudo contou com a participação de estudantes de 10 e 15 anos em Sobral (CE). A pesquisa destacou que fatores como feedback regular dos professores, senso de pertencimento à escola, equidade de gênero e participação em atividades extracurriculares são essenciais para o desenvolvimento de habilidades como empatia, autoconfiança e resiliência. Em, Sobral, por exemplo, 36% dos estudantes de 15 anos relataram receber orientações sobre desempenho regularmente (média internacional: 42%).
Os dados também revelaram que as competências socioemocionais têm efeitos positivos para diversos aspectos da vida dos jovens. "A percepção do estudante sobre sua própria saúde mental é até 64% melhor entre aqueles com níveis avançados de competências socioemocionais, em comparação com os que apresentam baixos níveis. Autoconfiança está ligada à realização pessoal, expectativas positivas e um sentimento geral de bem-estar. Esses dados mostram que competências socioemocionais desempenham um papel crucial na saúde mental e devem ser intencionalmente trabalhadas para promover comportamentos mais saudáveis", explicou Gisele Alves, gerente-executiva do eduLab21, laboratório de ciências para a educação do Instituto Ayrton Senna.
Noémie Le Donné, diretora de Educação da OCDE, destacou que é possível desenvolver essas habilidades na escola. "Analisamos evidências sobre o impacto de 74 intervenções de aprendizagem socioemocional na escola em diversas áreas. Os dados mostram que é possível desenvolver essas práticas em diferentes contextos, formatos e lugares. As análises demonstram que competências como autocontrole, assertividade, empatia e inteligência emocional podem ser ensinadas em ambientes escolares, em todas as faixas etárias e contextos regionais."
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