Estudantes do Ensino Fundamental da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Dr. Jones dos Santos Neves, localizada em Baixo Guandu, participaram de um projeto pedagógico que integrou cultura Hip Hop, reflexão social e uso de novas tecnologias nas aulas de Educação Física. A iniciativa foi desenvolvida sob orientação do professor Wilson Salume Marino e promoveu uma abordagem interdisciplinar que uniu movimento corporal, expressão artística, identidade cultural e recursos digitais.

Ao longo do projeto, os alunos estudaram a origem do Hip Hop e seus principais elementos, Rap, DJ, Grafite e Break, compreendendo o movimento como uma forma de expressão cultural e social marcada pela resistência, pela valorização da identidade negra e pelo enfrentamento ao racismo. A proposta articulou momentos teóricos e práticos, permitindo que os estudantes refletissem sobre temas como ancestralidade, desigualdade e justiça social a partir de linguagens próximas à sua realidade.

Na etapa prática, os alunos utilizaram ferramentas tecnológicas para criar músicas com apoio de inteligência artificial, produzir vídeos por meio do aplicativo CapCut, desenvolver bases musicais no Groovepad e elaborar frases e ilustrações que deram origem a um mural temático na escola. As produções combinaram expressão corporal, criatividade, escrita e linguagem digital, ampliando as possibilidades de aprendizagem e engajamento.

Segundo o professor Wilson Salume Marino, o uso do Hip Hop aliado às tecnologias digitais potencializou o protagonismo juvenil e tornou o aprendizado mais significativo. “O Hip Hop é uma poderosa ferramenta de educação, identidade e resistência. Usar suas linguagens junto às novas tecnologias possibilitou aos alunos compreenderem a história, refletirem sobre o racismo e se expressarem de maneira criativa e consciente”, destacou o docente.

O projeto contribuiu para o desenvolvimento de habilidades como expressão vocal e corporal, trabalho em equipe, pensamento crítico e criatividade, além de fortalecer a autoestima dos estudantes e ampliar seu repertório cultural. A integração entre cultura urbana, tecnologia e Educação Física também favoreceu maior participação nas aulas e aproximou os conteúdos escolares do cotidiano dos alunos.

Para a estudante Giulia Mattedi Zamboni, do 7º ano do Ensino Fundamental, a experiência foi marcante. “Foi legal aprender sobre o Hip Hop e criar nossas músicas e beats. A gente conseguiu falar do que vive, da nossa história e da nossa cultura de um jeito mais próximo da gente”, relatou.

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