Na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Prof. Joaquim Barbosa Quitiba, localizada em Cariacica, estudantes e professores desenvolveram um projeto voltado à compreensão do racismo ambiental e à análise dos impactos socioambientais no território local. A iniciativa foi realizada em parceria a Ação Psicossocial e Orientação Interativa Escolar (Apoie), envolvendo as áreas de Ciências da Natureza, Ciências Humanas e Línguas.

O projeto surgiu da necessidade de discutir como as desigualdades sociais também se manifestam no meio ambiente. Em muitas comunidades, especialmente nas periferias urbanas e áreas rurais, a população negra, indígena e de baixa renda enfrenta problemas como falta de saneamento básico, poluição e ausência de políticas públicas ambientais, uma realidade que os estudantes puderam observar e relacionar ao conceito de racismo ambiental.

Por meio de rodas de conversa, pesquisas e atividades de campo, os alunos identificaram situações que afetam o território onde vivem, como a presença de esgoto a céu aberto, a falta de áreas verdes e a proximidade de indústrias poluentes. O aprendizado foi potencializado pelo uso de tecnologias simples e sustentáveis: garrafas PET e arames recicláveis foram utilizados na coleta de amostras de água do Rio Itanguá, que atravessa o município.

Com o auxílio de microscópios, os estudantes analisaram a presença de microrganismos e observaram como a ausência de tratamento de esgoto e a urbanização desordenada impactam o ecossistema local. As descobertas despertaram a curiosidade científica e a consciência crítica dos participantes, que puderam compreender o vínculo entre justiça social e justiça ambiental.

O professor Anderson Paschoa, um dos responsáveis pela ação, destacou que o projeto foi além da observação científica: “Discutir racismo ambiental é também falar sobre pertencimento, dignidade e direito à cidade. Os alunos perceberam que a qualidade do meio em que vivem está diretamente ligada à forma como a sociedade distribui seus recursos e oportunidades.”

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