06/11/2025 11h43

Filme produzido por estudantes da Escola Hildebrando Lucas é lançado no Cine Jardins com foco em resistência e memória negra

Nesta terça-feira (28), o Cine Jardins, em Vitória, foi palco da pré-estreia do documentário “Rasgando o Silêncio: Vozes da Resistência”, uma produção colaborativa entre estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Hildebrando Lucas e o Centro de Referência das Juventudes (CRJ) Território do Bem. O projeto integra o PIPAT (Programa de Integração, Pesquisa e Articulação com o Território) da Escola e resultou em uma obra audiovisual marcada por poesia, pertencimento e luta.

Filmado em três cenários simbólicos da memória negra capixaba, Angelin 1 (Sapê do Norte), uma Escola Pública e o Morro do São Benedito, o longa costura relatos, cenas do cotidiano e intervenções artísticas para retratar o enfrentamento ao racismo e a afirmação da identidade quilombola e periférica.

Concebido de forma colaborativa, o filme nasce de oficinas de roteiro, câmera e escuta ativa com juventudes do Território do Bem, em uma proposta que uniu educação, arte e comunicação comunitária. O filme apresenta o quilombo, a escola e a favela como espaços de resistência e produção de conhecimento, reforçando o papel da educação como instrumento de transformação social.

Durante o evento de lançamento, estiveram presentes a Aline de Freitas Dias, gerente de Educação Antirracista, do Campo, Indígena e Quilombola (Geaciq); Vitor de Angelo, secretário de Estado da Educação; Noélia Miranda, escritora e professora; além de lideranças quilombolas e representantes da comunidade escolar. Após a exibição, uma roda de conversa reuniu dois integrantes do do movimento quilombola, um do Museu Capixaba do Negro (MUCANE) e outro do Sapê do Norte, do CRJ Itararé, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e da gerência de Educação Étnico-Racial, com discussões sobre memória, território e juventude.

Para o professor Ricardo Costa Salvalaio, de Língua Portuguesa, o filme representa “um farol de resistência e um tributo às raízes mais profundas da cultura capixaba”. Ele destacou o poder do cinema como ferramenta pedagógica: “Essa produção não é apenas uma obra cinematográfica, mas um espelho da alma capixaba. Ela dá visibilidade a comunidades que historicamente foram silenciadas e reafirma a força de suas vozes.”

A estudante Denise Pinto Poltronieri, do 3º ano da EJA, ressaltou o impacto da experiência: “Por muito tempo, a história foi contada por uma única perspectiva. Ao participar desse projeto, ajudamos a ecoar as vozes e as lutas de um povo que resistiu e construiu sua identidade em meio a adversidades.”

Já Drieli Thomaz Jorge, também da 3M1-T, destacou o mergulho cultural que o processo proporcionou: “Cada cena foi uma homenagem à resiliência das comunidades quilombolas. Aprendemos sobre tradições, sabedoria ancestral e a força da cultura negra.”

Para a Gerência de Educação Étnico-Racial, “a obra funciona como material pedagógico e político: aprofunda debates sobre a Lei 10.639/03, fortalece identidades e abre espaço para práticas de currículo que partem do território.”

 

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