Projeto interdisciplinar valoriza cultura afro-brasileira por meio da leitura, da escrita e das artes em unidade prisional
A Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Professora Hosana Salles, localizada no Centro de Detenção Provisória de Cachoeiro de Itapemirim (CDPCI), desenvolveu o projeto interdisciplinar “Cultura Afro-Brasileira: Entre Palavras e Cores – Recontando Histórias”, com estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA). A iniciativa teve como objetivo promover o conhecimento e a valorização da cultura afro-brasileira, por meio de atividades pedagógicas integradas que articularam leitura, escrita, pesquisa, expressão artística e debates formativos.
Sob a responsabilidade da pedagoga Elizabete Vieira Machado e com a atuação conjunta de professores das áreas de Arte, Língua Portuguesa, Matemática, História, Geografia, Ciências e Educação Física, o projeto foi estruturado a partir de uma abordagem interdisciplinar, possibilitando aos estudantes refletirem sobre identidade, ancestralidade, igualdade racial e respeito à diversidade. As ações buscaram fortalecer o protagonismo dos alunos e ampliar o repertório cultural, promovendo aprendizagens significativas em um contexto educacional sensível às especificidades do ambiente prisional.
Entre as atividades desenvolvidas, destacaram-se a produção de textos, poemas, crônicas e relatos sobre identidades negras, resistência e empoderamento, além de oficinas de pintura em telas inspiradas em elementos das culturas africanas, como máscaras tribais, figuras humanas, padrões geométricos e o uso de cores vibrantes. Os estudantes também realizaram pinturas que retrataram paisagens da savana africana, explorando a relação entre natureza, arte e identidade cultural.
O projeto incluiu, ainda, estudos e exposições sobre personalidades negras históricas e contemporâneas, com pesquisas, apresentações e elaboração de biografias que evidenciaram a contribuição desses sujeitos para a sociedade e para a cultura global. A confecção de cartazes informativos abordou temas como a luta contra o racismo, a importância da representatividade e o papel das culturas africanas na formação de diferentes sociedades. Rodas de conversa e debates ampliaram o diálogo sobre o movimento negro, questões raciais e o fortalecimento da identidade, enquanto discussões sobre a culinária afro-brasileira e africana permitiram compreender os alimentos como expressão de resistência e preservação cultural.
Como resultado pedagógico, a ação contribuiu para o desenvolvimento de habilidades de leitura, escrita, pesquisa e expressão artística, além de estimular o pensamento crítico, a empatia e o respeito às diferenças. O projeto também fortaleceu a autoestima dos estudantes, especialmente daqueles que se reconhecem nas narrativas e expressões culturais abordadas, promovendo um ambiente educativo mais inclusivo e consciente. A culminância das atividades ocorreu por meio de uma exposição coletiva, que possibilitou o compartilhamento dos conhecimentos construídos e a valorização das produções realizadas.
Um dos participantes destacou a relevância da vivência: “Foi uma chance de conhecer mais sobre a história da África, aprender sobre pessoas que lutaram pela nossa liberdade e expressar minhas ideias por meio da arte e da escrita.”
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