17/07/2019 14h10

ES vence Prêmio Educador Nota 10 com projeto de Escola da Serra

Juliana Rohsner, da escola Jones José do Nascimento, é uma das dez finalistas.

A diretora da Escola Estadual Jones José do Nascimento, localizada no município da Serra, Juliana Rohsner Vianna, é uma das vencedoras do Prêmio Educador Nota 10. Os nomes dos dez vencedores foram divulgados nesta quarta-feira (17), no site da Fundação Victor Civita, responsável pela iniciativa. A cerimônia de premiação será no dia 30 de setembro, em São Paulo.

A escola superou questões voltadas à indisciplina no ambiente escolar, por exemplo, e alcançou metas de aprendizagem importantes para o desenvolvimento dos alunos. “Acredito que somos movidos por nossos sonhos e desejos e, muitas vezes um aluno criado na periferia é privado deles. O papel da escola é fomentá-los, garantindo o direito de aprendizagem de cada um”, disse a diretora Juliana Rohsner.

Prêmio Educador Nota 10

A diretora destaca que, aliado aos resultados alcançados na escola, o que a motivou participar do Educador Nota 10 foi a ótima colocação no Prêmio Gestão Escolar, realizado pelo Conselho Nacional de Educação (Consed), no ano passado.

“Ficamos em primeiro lugar na Região Sudeste e em segundo lugar no País. Isso nos impulsionou a também participar do Prêmio Educador Nota 10. E, claro, os resultados positivos do trabalho realizado pela equipe escolar foi primordial”, disse.

Foram quase cinco mil projetos inscritos, que passaram pelo olhar criterioso da Academia de Selecionadores no último mês. O grupo é formado por especialistas em didáticas específicas, pesquisadores das principais universidades do País, orientadores de graduação e pós-graduação, além de formadores de gestores e de professores em suas respectivas disciplinas.

Além da leitura dos cases, foram realizadas entrevistas com os educadores e solicitados materiais para a comprovação dos avanços de aprendizagem dos estudantes em suas escolas. Entre os projetos selecionados, 11 são de Língua Portuguesa, seis de Matemática, seis de Educação Infantil, quatro de História, quatro de Artes, quatro de Educação Física, três de Geografia, três de Língua Estrangeira, três trabalhos conduzidos por diretores e dois de Gestão.

Sociologia, Biologia, Ciências e Filosofia, tiveram selecionados um trabalho cada. Por ciclo educacional, são 16 do Ensino Fundamental 1, 12 do Ensino Fundamental 2, 11 do Ensino Médio e seis da Educação Infantil. A região do País melhor representada entre os finalistas é a Sudeste, com 26 projetos (18 de São Paulo, seis do Rio de Janeiro, um de Minas Gerais e um do Espírito Santo), seguida pelo Sul e pelo Nordeste.

O Prêmio Educador Nota 10 foi criado em 1998 pela Fundação Victor Civita que, desde 2014, realiza a premiação em parceria com Abril, Globo e Fundação Roberto Marinho. Reconhece e valoriza professores da Educação Infantil ao Ensino Médio e, também, coordenadores pedagógicos e gestores escolares de escolas públicas e privadas de todo o País. O Prêmio tem o apoio da Nova Escola, Instituto Rodrigo Mendes e Unicef, e o patrocínio da Fundação Lemann e SOMOS Educação. Desde 2018, o Prêmio Educador Nota 10 é associado ao Global Teacher Prize, prêmio global de Educação. https://premioeducadornota10.org/

Case da professora capixaba

Quando Juliana Rohsner assumiu a direção da Escola, a unidade de ensino era considerada uma das mais violentas do Estado e enfrentava problemas crônicos de indisciplina, vandalismo e baixa aprendizagem. Para transformá-la, foi fundamental ouvir a comunidade interna e externa, observar e propor intervenções de forma respeitosa, aproximando-se das necessidades da comunidade e das expectativas dos pais. O caos foi vencido pelo diálogo, pela organização dos espaços, pelo limite, pela oportunidade de sair e conhecer outros ambientes educativos, pelo ensino.

A diretora fortaleceu lideranças democráticas como o grêmio estudantil e o conselho escolar, mas sua maior vitória foi envolver os professores em um trabalho colaborativo para traçar ações pedagógicas e alcançar metas de aprendizagem.

Os resultados das avaliações externas foram contundentes: dos 28,6% de alunos abaixo do básico em Língua Portuguesa em 2017 sobraram apenas 3,4% em 2018. Já os proficientes passaram de 7,1% para 31%. Em Matemática, 50% dos estudantes tinham resultados abaixo do básico em 2017. No ano seguinte, eram só 13,8%. As conquistas coletivas devolveram à escola a função de acolher sonhos e dar oportunidade para os jovens.

 

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