Projeto de etnoastronomia une saberes ancestrais e ciência moderna em escola de Guarapari
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O projeto promove estudo científico e ancestral sobre os céus, com abordagem antirracista e inovadora.
A Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM) Zuleima Fortes Faria, localizada no município de Guarapari, desenvolveu ao longo do primeiro trimestre de 2025 o projeto interdisciplinar “Etnoastronomia”, por meio do Clube de Física e Astronomia. A realização de uma feira de ciências marcou a finalização do projeto. O evento reuniu exposições, apresentações culturais, seminários e rodas de conversa, envolvendo todas as turmas da escola.
Coordenado pelo professor de Física Aloisio de Sousa Oliveira, o projeto buscou integrar a astronomia científica aos saberes tradicionais de diversos povos indígenas, africanos e outras civilizações ancestrais. A proposta teve como objetivo promover a valorização da diversidade cultural, conectar os estudantes com o conhecimento produzido historicamente por diferentes grupos sociais e fomentar o protagonismo estudantil em uma perspectiva antirracista.
Durante o desenvolvimento da ação, os alunos participaram de estudos e pesquisas sobre constelações, mitos e cosmologias de povos, como os Tupi-Guarani, Incas, Dogons, Quilombolas, além de civilizações da Europa, China, Índia e Coreia antiga. As atividades incluíram oficinas de construção de instrumentos tradicionais de observação, como relógios solares e mapas celestes, seminários, uso de softwares astronômicos e debates sobre invisibilizações históricas na produção do conhecimento.
Como parte da programação, também foi realizada uma palestra com representantes do SIGIG (Simulação Geopolítica Interna), do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes). Na ocasião, foram abordados temas como o papel da ONU na luta contra o racismo, as políticas públicas de promoção da equidade racial e os direitos humanos, promovendo uma reflexão crítica sobre os desafios contemporâneos à luz dos saberes ancestrais.
Entre os resultados pedagógicos, destacam-se a produção de maquetes e instrumentos inspirados nas culturas estudadas, a consolidação de práticas interdisciplinares, o desenvolvimento do pensamento crítico e a ampliação do senso de pertencimento dos estudantes. O projeto também foi reconhecido em premiações estaduais, incluindo o 3º lugar geral no Prêmio Boas Práticas da Sedu e o 1º lugar na Mostra de Astronomia do Espírito Santo, além da concessão de bolsas de iniciação científica júnior aos participantes.
De acordo com o professor Aloisio de Sousa Oliveira, o projeto se consolidou como uma ferramenta pedagógica para a promoção de uma educação científica mais inclusiva e plural. “Ao integrar os saberes ancestrais de povos indígenas, afrodescendentes e outras comunidades tradicionais com a astronomia científica, proporcionamos aos nossos estudantes uma experiência de construção do conhecimento que reconhece, respeita e valoriza diferentes formas de entender e interpretar o mundo”, afirmou o docente.
“Foi incrível aprender que povos indígenas, africanos e de outros lugares do mundo também fizeram ciência e observavam o céu. A palestra do SIGIG me fez refletir que a gente pode mudar o mundo, combater o racismo e construir um futuro melhor com respeito e conhecimento”, compartilhou o estudante Gustavo Queiroz.
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