Destacando o importante papel do ensino da arte na mediação da aprendizagem dos alunos com questões estéticas, os saberes sensíveis, históricos e culturais, os alunos da Escola Maria Ortiz, em Vitória, participaram de um conjunto de ações promovidas pela Galeria Homero Massena por meio da ‘Exposição Trabalho do Chão’.

Estas ações envolveram visita à exposição e realização de atividades com verbos de ação (com respeito às ações ocorridas no convívio doméstico), dobrar e montar (percepção e criação de formas / tridimensionalidade) e natureza morta e paisagem (diagonais, tipologia de representação, escala de tons, gêneros da história da arte). Após desenvolver propostas educativas na escola, os alunos ainda contaram com a presença da artista Dra. Cláudia França e Dra. Júlia Rocha para uma oficina de criação e um bate papo sobre questões norteadoras do trabalho da artista e arte contemporânea. Dessa oficina participaram 20 alunos multiplicadores que irão compartilhar a experiência nas outras turmas da escola.

A artista levou como proposta pequenas montagens tridimensionais com maquetes feitas com materiais acessíveis. Assim, os alunos puderam vislumbrar possibilidades de construir mínimas representações e materializações de suas casas. Neste momento, os alunos empregaram o próprio corpo na elaboração de escalas e reconhecimento de medidas espaciais do espaço escolar. Também aprenderam sobre a técnica da frotagem, recurso explorado durante a visitação à Galeria, e construção de gravuras impressas sobre o próprio texto produzido pela artista dentro da exposição.

O trabalho foi conduzido pela professora de Arte Gisele Lourençato da Rocha, que destaca a singularidade dos museus e espaços culturais como lugares de mediação e experimentação para os alunos, como laboratórios de arte.  O trabalho também destaca a interlocução da escola com a universidade, como uma via de mão dupla, onde aos alunos estabelecem novas relações com a arte e com a produção dos artistas contemporâneos.

O aluno Roberth Rodrigues destacou que a exposição fomenta a reflexão. “Achei um trabalho bem elaborado e que se for bem interpretado traz algumas reflexões. Achei o processo de medição do espaço com o corpo divertido”, disse.

Já Valesca da Costa Pereira, que também é aluna da unidade de ensino, enfatiza que a exposição levou o sentimentalismo da casa de cada um. “A artista falou um pouco da exposição e desenvolveu conosco um trabalho que envolvia caixas, essa caixa representa um pedacinho de nós e como dentro de uma caixa podemos carregar tantas emoções”, disse.

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